Rep Cent. Africana - Bangui (2017)

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Colónia francesa desde meados do século XIX torna-se independente em 1960, à semelhança de muitos outros países africanos.
Através de um golpe de estado Bokassa chega ao poder em 1965 com uma visão megalómana ao ponto que se auto-intitula imperador do agora Império Centro-Africano, numa cerimónia que chocou o mundo pela sua luxúria, contrastando com a miséria do povo. Há quem diga que este Imperador era canibal.

Bokassa sai do poder em 1979 também por um golpe de estado. E assim se vai contando a história, entre golpes de estado e influências politico-militares dos vizinhos e dos franceses a balançar o poder, para um lado ou para o outro. 
Os confrontos entre diferentes grupos que ambicionam poder, fez desenrolar a “Guerra do Mato” (Bush War) que decorre entre 2004 e 2007, mas com réplicas e reminiscências do conflito a durar até 2012.
Em finais de 2012 tudo mudou. Há uma junção de diferentes grupos muçulmanos (que são 15% da população), que com o apoio do Chade, forma um grupo chamado Séléka (que em Sango significa “união”). Oriundos essencialmente do Nordeste do país rapidamente controlam todas as cidades por onde vão passando até que com relativa facilidade entram em Bangui para assumir o poder em Março de 2013.
No poder e bem armados, cometem atrocidades contra a população civil nomeadamente os cristãos, em parte por terem um histórico de discriminação no país.
Por “avisos” de genocídio a França entra em cena com as suas tropas para mudar o jogo de poder, apontando para a democracia neste estado totalmente em colapso. 
As milícias que vinham a ser criadas em oposição ao Séléka são os Anti-Balaka (“anti-machete”) que ganham muita força com a opressão dos Séléka, e perseguem e massacram todo a comunidade muçulmana até hoje. 
A religião é instrumentalizada na luta pelo poder num conflito terrível e anárquico em todo o território, num país onde com muita ajuda internacional e a maior força de paz das Nações Unidas (13.000 soldados) não conseguem controlar muito mais do que a capital.
Violência sexual, crianças-soldado, aldeias inteiras a arder são realidades frequentes neste país. Durante vários anos viveu na RCA o maior terrorista de África, Joseph Kony vindo do Uganda, hoje é dado como morto embora o seu grupo LRA continue a cometer crimes hediondos.

É um país extremamente pobre e sub-desenvolvido apesar de grande riqueza no sub-solo: urânio, ouro, petróleo, cobalto, diamantes, etc... Tem o PIB per capita mais baixo do mundo e é também o último país no raking no nível de desenvolvimento humano.

Pela positiva é o país do mundo com menos poluição luminosa e tem uma fauna e uma flora de uma beleza indiscritível com grandes regiões de floresta. 



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